19/12 - Nashville
E depois de acordar às 4 da madrugada pra pegar o busão das 5, chegamos em Nashville, às 8 da manhã, com mochilas nas costas e sem termos dormido num hotel da cidade na véspera, para ter onde deixá-las. A funcionária da Greyhound, naquela simpatia que parece ser pré-requisito para contratar os funcionários, nos mandou tomar no cu e voltar uma hora depois, para nos fazer o favor de cobrar os pornográficos oito dólares por peça pra largá-las encostadas ali num canto, com as baratinhas.
Mas não contavam com minha astúcia! Como diz o Shiniashiki, ou alguém da mesma cepa, o não eu já tenho, então resolvi entrar num hotel e pedir pra deixá-las ali no guarda-volumes deles, na brodagem. E a mocinha topou, até mesmo com um sorriso no rosto. Chupa, atendente da Greyhound.
Depois, passando pelo Country Music Hall of Fame and Museum, que é meio o Masp da cidade, e que eu já havia descartado visitar, porque custa 28 dólares o ingresso e porque, enfim, é um museu de música country, não de tecnopop, percebemos que hoje, a título de "dia da comunidade" a entrada era grátis! E, olhando lá pra fora pela janela, um bonito dia de sol!
Parece que a piroca do destino é mais ou menos como a da gente: num primeiro momento, invade vigorosamente a cavidade anal de alguém que via de regra não provocou, assentiu ou mereceu esta penetração. Lateja e esporra lá dentro toda sua escrotice e maldade, mas então não consegue continuar se sustentando, encolhe-se, recolhe-se, e logo em seguida a pobre vítima já consegue caminhar novamente, ainda que a passos de base mais alargada, e uma mancha de sangue coagulado na alma. Quem sabe a partir de agora esta viagem pára de ser tão cagada....
Passamos o dia então dedicados ao museu, com direito a visita a um estúdio de gravação onde Elvis cantou um monte, e aula de Ukelele. Mais a visita a um lugar ou outro. Mais uma vez reparo como, quando se trata de sertanejo do meu país, não deixo de cultivar toda a revulsão e repulsa contumazes naqueles de gosto mais elevado, como julgo ter. Mas quando é música country de gringo, acaba sendo bem suportável. A gente só tem preconceito contra aquilo que não conhece, mas até pra preconceituar tem que conhecer um pouquinho.
E tem mais, hall da fama é o meu traseiro! Ninguém, absolutamente ninguém mencionado naquele museu, Elvis incluso, tem nem de longe tantos discos gravados quantou eu! Eu sou foda! 79 discos no catálogo, e produção sem sinais de esmorecimento! Sô faltava cantar bem, mas daí o mesmo destino que até ontem foi tão pródigo em pirocadas no meu traseiro também não seria tão generoso em afinação comigo.
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