27/12 - Phoenix


Aqui na terra de Marlboro, a questão fundamental para decidir se a vida fede repulsiva e repugnantemente ou se apenas e tão somente não presta é: o copo está meio cheio ou meio vazio?

A noite a caminho de Phoenix foi especificamente maldormida, mas pelo menos o busão saiu no horário.
Chegamos cedo ao hotel, e tivemos que passar umas duas horas bundando na recepção até liberarem o quarto, mas pelo menos deu pra filar um café da manhã inopinado na faixa.
Mas a mais promissora notícia foi descobrir um parque de diversões aberto! Meio de segunda divisão, mas, enfim... Ia rolar montanha-russa nesta viagem, afinal!
Depois de pagar 40 contos por cabeça, descobrimos um parquinho pequenininho, com os brinquedos todos espremidos, o trilho da montanha russa passando em cima do carrinho bate-bate, numa compactação semelhante àquela que minha calça experimenta cada vez que penso na Ana Paula Arósio....Tá, vai, experimentava, uns 20 anos atrás. Agora, faz é vácuo...
Foi como achar que estava indo ao Busch Gardens, mas acabar aterrissando no Playcenter. Foi como você ser convidado para visitar o camarim após um show dos Rolling Stones achando que o Mick Jagger ia te comer a bunda, caprichar na pontaria, mirar talentosamente em sua fïstula reto-vaginal e acabar fazendo um filho em você (não riam, há precedente...) mas acabar conseguindo apenas dar uma lambidinha na piroca do Charlie Watts. Já depois de morto.
Mas pelo menos não tinha filas, perdi a conta de quantas voltas dei nos brinquedos meia-boca deles, fomos embora até antes do parque fechar, porque já tinha dado no saco. Nem vou, este ano, então, reiterar minha recorrente lamúria sobre ser um tiozinho de entradas crescentes, turgescência peniana minguante e barba cada vez mais papanoélica andando de montanha russa com a meninada. O fator limitante continuou sendo a náusea, contra a qual o plasil carregado no bolso, e sendo pingado na lîngua como colírio, de nada serviu.
E tem mais! Aqui, finalmente, os Jack in the Box abundam, pululam, efervescem! Fui ontem fazer minha refeição bidecenial num deles! Não tinham bomba de chocolate, como antes, mas as curly fries e o taco mexicano continuam idênticos aos do tempo em que minha musa inspiradora de fantasias impróprias ainda era a Maitê Proença, e meramente fantasiar com a Ana Paula Arósio provavelmente daria uma cadeia brava. Daqui a mais uns 20 anos, se a bênção do câncer, ou da coragem, não me levar, tamos lá de novo!

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

31/12 - Las Vegas

01/01 - Las Vegas (epílogo)

26/12 - Albuquerque