24/12 - Kansas City


Como diria o porteiro de meu prédio, "eita, porra"!

Kemper Museum for Contemporary Arts: fechado para o natal. Nelson-Atkins Museum of Art: fechado para o natal. Então mais uma vez o turismo ficou limitado a flanar pela cidade, com a apreciação de sua bela paisagem tisnada por aquele travo de "mas que merda" atravessado na garganta. Passamos por um centrinho comercial com aquela imponência difícil de descrever que só os centros comerciais americanos têm (provavelmente pela ausência das lojas Havan, mas isto deve mudar se acontecer um segundo mandato...), comemos num daqueles diners americanos de aparência decadente um hambuguer murchinho, fininho, com uma daquelas garçonetes white trash que demoram 40 minutos pra te atender porque estão no maior papo com o cliente da mesa ao lado, de olho na gorjeta. mas puxou papo com a gente também, levou o celular pra dar uma carguinha, e funcionou, porque faturou dois dólares de caixinha nossa.

Os ônibus, que até então vinham merecendo nossos mais boquiabertos elogios, fosse pela gratuidade, fosse pela pontualidade mais que britânica, também começaram a ratear, não passar, provavelmente também por força da véspera de natal, o que nos acovardou de ir parar lá lonjão num buffet de comida oriental, com Jack in the Box ao lado, e depois acabar ilhados, não conseguindo voltar em tempo.

No fim da tarde, assistir Matrix5 Resurrections a pornográficos 16 dólares por cabeça. O filme, que daria pra ver por meia entrada fajuta, em reais, num IMAX em SP semana que vem, não acrescenta nada à obra-prima que foi o primeiro filme da trilogia, mas o cinema era todo frufru, com aquelas poltronas reclináveis, mesinha pra comida, apoio para as pernas, quase também o gerente fazendo carinho na sua bolsa escrotal durante a projeção.
E comendo lokum, pelo qual peguei gosto na Turquia, não consegui encontrar para comprar ali pertinho no Catar, mas que bisonhamente encontro agora aqui num supermercado no meio da caipirolândia.

E agora entramos num puxadão de 17 horas dentro de um trem. Com umas poltronas que, se estivessem num avião, seriam de indubitável primeira classe. mas que, ainda assim, têm aquela insuficiência que só permite que a única posição realmente confortável para dormir seja sentadinho comportado nelas. Deitar, embolar, ficar de ladinho, já não dá.
E não tem internet, então esta postagem vai demorar mais pra não ser lida por praticamente ninguém.


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